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domingo, 30 de junho de 2024

FALOU E DISSE

Antonio Cláudio Mariz de Oliveira


EDIFICANTE EXEMPLO PARA O PAÍS

O Sr. Jair  foi o chaveiro, o São Pedro do mal. Abriu as portas do armário dos conservadores raivosos. Os seus ocupantes saíram destilando intolerância e ódio. O 8 de Janeiro foi a materialização de um movimento desenvolvido já há tempos e calcado em ideias reacionárias expostas com agressividade e ameaças de violência, que acabaram por se concretizar.

Eu não imaginava que o País contivesse um tão expressivo contingente do pensamento contracivilizatório, destrutivo e violento. Estavam nas sombras, vieram à luz do dia com o aceno de quem pensam ser o guia.

Qualquer item de sua odiosa e retrógrada pauta é exposto não de forma argumentativa, retórica, com objetivos de procurar convencer o interlocutor. Não, o expositor quer impor a sua opinião e já a apresenta como verdade absoluta, que não admite contestação. Nos seus olhos há sangue, e não brilho curioso para saber a opinião alheia. Fala com raiva, em tom belicoso. Não quer convencer, mas impor o seu pensamento e destruir o potencial discordante.

Eu não acho que a direita abrigue apenas pessoas com esse perfil, que defendem teses mantenedoras do “status quo”, contrárias a mudanças e evoluções. O conservadorismo em si não é um mal, pois por vezes nos faz refletir sobre temas específicos e até pode provocar o reexame desta ou daquela tese progressista. Há uma direita, no entanto, nociva ao aprimoramento do homem e da sociedade que sempre atua de forma intolerante e radical.

Ademais, no campo econômico, é inaceitável a sua pregação do capitalismo meramente argentário, desprovido de todo e qualquer sentido social. O lucro pelo lucro, sem nenhuma preocupação com o equilíbrio distributivo, que permita socorrer as trágicas carências da majoritária população brasileira.

Como exemplo desse capitalismo alienado e insensível pode ser citada uma única das inúmeras carências sociais historicamente existentes a serem supridas. Trata-se da vergonhosa inexistência de água potável e de esgoto para um segmento colossal da nossa sociedade. As preocupações com essa questão são retóricas e não partem para o campo das realizações concretas. Cito esse único problema pois se trata, para mim, de um símbolo eloquente do descaso para com as necessidades do povo, por parte de uma elite insensível, que só se mobiliza em seu prol.

Aliás, a respeito, lembro-me de um homem público que recentemente afirmou com cinismo e revoltante desfaçatez que brasileiro pula em esgoto e não acontece nada.

Esse não é o pensamento da direita lúcida e consciente, mas daquela que desenvolve uma atuação predatória, eivada de rancor e de verdadeira repugnância por tudo o que lhe contraria.

Pois bem, em face do quadro de intolerância raivosa que se instalou no País, com a ascensão do radicalismo, creio haver a necessidade urgente de um amplo movimento para neutralizar os seus efeitos nocivos. Há um concreto risco de ruptura social e institucional.

Na sociedade, ao lado da indesejável polarização ideológica – talvez nem sequer ideológica, mas reflexo de idiossincrasias pessoais –, o relacionamento interpessoal inamistoso, que resvala por vezes na violência, tem gerado rupturas familiares e de amizades, criando um estado social de desarmonia e de intranquilidade.

Há de haver uma impostergável tomada de consciência de sua respectiva responsabilidade por segmentos responsáveis pela condução de setores específicos do corpo social. Judiciário, imprensa, Parlamento, advocacia, influenciadores digitais e tantos outros quantos emitam opiniões, notícias, críticas, que possam influenciar, acalmar ou acirrar ânimos.

Não podem ser adiadas iniciativas do Legislativo ou do Executivo que normatizem, regulamentem e coloquem balizas nas atividades desenvolvidas pelas mídias sociais. Deve ser encontrado um equilíbrio entre dois relevantíssimos direitos e seus consectários interesses: a liberdade de expressão, de uma banda, e a verdade e a dignidade pessoal, de outra.

Recentemente, a nossa gente – milhões e milhões de pessoas – deu uma extraordinária prova de solidariedade ao socorrer, tal como cada qual pôde, os gaúchos vitimados por uma inaudita tragédia. Não se levou em conta raça, cor, diferenças econômicas, culturais, políticas, simpatias pessoais, todos ajudaram todos. Cada brasileiro deu vazão a um imperativo de consciência e ao apelo de seu coração.

Essa mobilização coletiva em prol de parcela da sociedade atingida pela inaudita tragédia do Rio Grande do Sul deve servir de exemplo para que seja possível uma atuação em busca de objetivos comuns, ligados à paz e à harmonia sociais.

A imprensa e as redes sociais deverão estar prontas a desenvolver um fundamental papel nessa jornada pacificadora e, portanto, cívica. Os cidadãos lúcidos têm a obrigação de fazer um trabalho de conscientização geral em torno dos males representados pela intolerância, pela falta de compreensão e de complacência, que poderão criar um insustentável clima de discórdia e conduzir à distopia e ao caos social.

Antonio Cláudio Mariz de Oliveira

Espaço Aberto - O Estado de São Paulo

Viver é Perigoso

BODE EXPIATÓRIO

 


De Rudolf Hess a Leon Trotsky. De Maria Antonieta ao povo judeu, a história está repleta de figuras que foram sozinhas responsabilizadas por falhas ou delitos sociais épicos, embora muitas vezes imerecidamente. 

Em outras palavras, eles se tornaram bodes expiatórios. 

Mas o que as cabras - que na verdade são criaturas incríveis - fizeram para merecer a associação com esse bando censurável ? 

A expressão "bode expiatório" foi cunhada pela primeira vez pelo estudioso protestante inglês William Tyndale em sua tradução inglesa do Pentateuco de 1530, devido a um erro de tradução.

De acordo com o livro de David Dawson de 2013, "Flesh Becomes Word: A Lexicography of the Scapegoat Or, the History of an Idea", William, que estava decifrando as descrições hebraicas dos rituais do Yom Kippur do Livro de Levítico. No chamado Dia da Expiação, os hebreus organizavam uma sucessão de rituais que pretendiam purificar a sua nação. Para tanto, organizavam um ato religioso que contava com a participação de dois bodes. Em sorteio, um deles era sacrificado junto com um touro e seu sangue marcava as paredes do templo.

O outro bode era transformado em "bode expiatório" e, por isso, tinha a função ritual de carregar todos os pecados da comunidade. Nesse instante, um sacerdote levava as mãos até a cabeça do inocente animal para que ele carregasse simbolicamente os pecados da população. Depois disso, era abandonado no deserto para que os males e a influência dos demônios ficassem bem distantes.

William cunhou a expressão para descrever essa criatura portadora de pecados, interpretando a palavra hebraica "azazel", ou o "bode que parte ou escapa". 

Dito isto, alguns estudiosos discordaram de sua interpretação, alegando que azazel na verdade representa o nome de um demônio selvagem semelhante a uma cabra, a quem a oferenda se destinava, ou de um local específico no deserto para onde os pecados foram banidos, muitas vezes pensado para ser um penhasco montanhoso de onde o bode expiatório era lançado e morto.

Ao longo dos séculos, a expressão desassociou-se do seu significado bíblico e acabou sendo usado como metáfora para descrever uma pessoa que carrega a culpa por qualquer delito.

Agora que você conhece a etimologia da palavra, lembre-se dos pobres animais que a inspiraram e talvez resolva pegar um pouco mais leve com a próxima pessoa que acabar tendo que assumir a responsabilidade pelos erros de todos os outros.

Ao longo da história descobrimos que vários grupos marginalizados ou minorias foram utilizados como "bode expiatório" por causa de algum infortúnio ou desgraça. Em certa medida, os judeus foram ironicamente alvo de sua própria tradição. Primeiro, ao serem culpados pela Peste Negra, na Baixa Idade Média, e, muito tempo depois, perseguidos na Europa pelos movimentos antissemitas que vigoraram no século XX.

mdig

Viver é Perigoso

SÓ BLUES


Viver é Perigoso

MOÇA DE DIREITA



Marion Anne Perrine Le Pen, mais conhecida como Marine Le Pen, advogada e política francesa nascida em 1968. Deputada pelo partido de direita Rassemblement National. Já foi candidata a presidente da França em 2012, 2017 e 2022.

Le Pen casou-se com Franck Chauffroy em 1995. Tiveram três filhos (Jehanne, Louis e Mathilde). Após o seu divórcio com Chauffroy em 2000, ela casou-se com Eric Lorio em 2002. Eles divorciaram-se em 2006.

Le Pen ainda defende muitas das mesmas políticas históricas de seu partido: fortes medidas anti-imigração, nacionalistas e protecionistas. Apoia o nacionalismo econômico, favorecendo um papel intervencionista do governo, e opõe-se à globalização e ao multiculturalismo.

Le Pen prometeu tirar a França da OTAN e da esfera de influência dos EUA e a abolição do Fundo Monetário Internacional. Na política externa, Le Pen apóia o estabelecimento de uma parceria privilegiada com a Rússia, e acredita que a Ucrânia foi "subjugada" pelos Estados Unidos.

Os franceses votam neste domingo (30.jun.2024) no 1º turno das eleições para a Assembleia Nacional.

Viver é Perigoso

PORQUE HOJE É DOMINGO

 


Em tudo somos atribulados, porém não angustiados; 
perplexos, porém não desanimados; 
perseguidos, porém não desamparados; 
abatidos, porém não destruídos; 

levando sempre no corpo o morrer de Jesus, para que também a sua vida se manifeste em nosso corpo. Porque nós, que vivemos, somos sempre entregues à morte por causa de Jesus, para que também a vida de Jesus se manifeste em nossa carne mortal. De modo que, em nós, opera a morte, mas, em vós, a vida.

II Coríntios 4. 8:12

Viver é Perigoso